segunda-feira, 14 de junho de 2021

Não sei se escrevo

ou se sangro

O que vejo

e o que percebo

se distinguem

mas quem se importa

a dor é tão normal

e tornando banal

nós não ligamos


são velhas feridas

antigas dores

aquele mesmo amor

que veio em forma de outro rosto

e se desfez na humanidade

na individualidade comum

o amor algoz


mas quem se importa

lágrimas causam desconforto

palavras que escutam

sem que se ouça

o calor as vezes faz falta

são acidas as palavras


mas quem se importa


sábado, 27 de junho de 2020

os olhos percorrem a pele
que incita o olhar
desperta sentidos
mãos tremulas
frases desconexas
no peito um novo ritmo
espancando as paredes do meu torax
me falta o ar
na ausencia do chão

e a mente voa kilometros
rebentando a barreira do som
ao teu encontro
atento, perplexo
a frente o teu sorriso
e nada mais existe ao redor
são olhos, boca, cabelo
e eu
trasnmutado em desejo
ali, frente a frente
a espera do sabor
da saliva e do suor
do toque e da voz
almas livres de qualquer algoz
entregues a sentimentos que inundam
transbordam
e se multiplicam como um universo
de inifitar possibilides
te quero

segunda-feira, 15 de junho de 2020

ela

Uma tempestade sobre o mar
Agitando a água
Formando ondas que se chocam 
Em uma dança de beleza singular
Toda a brutalidade do bater de asas de uma borboleta
Assim ela surge

Um jardim floresce na primeira hora da manhã
Com cheiro de café
O canto de um pássaro livre
E a beleza de um eclipse solar
Assim ela permanece

Duas galáxias como órbitas em seu rosto
Todo um universo feito de pele
No Céu da boca mistérios intocáveis
Numa dimensão que espreito
E me atrevo a desejar
Assim ela seduz



segunda-feira, 18 de março de 2019

O reflexo do medo

Quantas vezes amor
Quantas vezes amar
A explosão que cria vida
A vida que me presenteia cicatrizes
Cicatrizes, a lembrança da dor

Dor sentida por mim
Causada por ti
Dor doida em você
Você sendo magoada por mim
Amor

Será?
Dor?
Onde haverá, horas, tempo, chance perdão, não, não, não...

Vidas, arruinadas entre sorrisos
Sorrisos florescidos em outras ruínas
Diga!
Reflita!
Reprise infinda
A busca, e os pedaços que vão ficando pelo caminho
E eu sozinho, mendigando amor, afeto, carinho
Escolhendo o meu caminho

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Nem louca, nem sã

O garoto espreme a face contra o vidro do aquário, ele tenta sentir a vida que acontece do outro lado da parede transparente a sua frente.

O desejo de sentir-se vivo, mesmo sabendo que ao transpassar o vidro, em poucos minutos se afogaria.
Não, não há medo, apenas a dúvida.

Sentir toda a vida no último instante, quando os pulmões implodem pela falta de ar. A vida em sua essência milenar, vivenciada nesse último segundo, ou permanecer como ibservador do lado oposto do vidro?

domingo, 27 de novembro de 2016

Eu demasiado Eu

Sabe,as vezes você busca uma palavra, um símbolo, algo que possa dar definição ao que buscamos /ensaiamos/interpretamos.
O EU, não aquele que vivemos todos os dias ao desapertar pela manhã. Mas o Eu que somos quando estamos sós em nossas mentes.

Quem é capaz de romper correntes e cadeados e deixar livre a idéia do EU demasiado EU.
Se vagando sozinhos dentro de nós  nos depararmos com céus multicores e abismos que nos sorri quando o fitamos. Como libertar, se não o todo? Cordeiros e lobos.

Encontrando o similar, metamorfoseamos nossos ideais e então o similar torna-se igual ao EU.
E vão surgindo fragmentos, os olhos de um lobo que assusta quem o encara, ou a lan do cordeiro onde fazes travesseiro.

E o EU ainda aprisionado aperta as correntes em sua cela, porque sua liberdade significa solidão!

domingo, 23 de outubro de 2016

Quando disse adeus
falou que ainda me amava
e partiu meu coração, pouco a pouco
sinto a distância aumentar
e percorro louco entre jardins espinhosos
Tentando alcançar o que teima em ir

e o adeus dividido em  até breves
pouco a pouco vai estripando pequenos pedaços
Quando começamos a sangrar baby?
E deixamos a loucura nos domar

eu acredito enquanto sonho acordado
Que amanhã vou conseguir Levantar
E ser o príncipe no cavalo branco
Armadura reluzente
Que vai te ter meu amor


Mas teu partir tem justiça e dor
Tentando ser muitos, não fui Eu
O eu que te conquistou
E na loucura do amor fugimos
conquistamos o mundo
e então nos perdemos

tornei-me o inverso do meu Eu
E teus olhos nunca mais brilharam

Quero o brilho de volta
Quero a tua luz
Emanando por todos os lugares
Te quero minha
E te quero mundo, sorrindo, vivendo

Não adianta
Buscarei nos teus olhos uma chamam que acendemos outrora
E enquanto encontrar fagulhas
Acreditarei que seremos felizes.

02/09/16